E SE FOSSE VERDADE

Adaptada do livro de: Marc Levy

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Capitulo 1

Verão de 2011
 Acabara de tocar o pequeno despertador que havia sobre o criado-mudo de madeira clara. Eram cinco e meia, e uma luz dourada que somente tem o alvorecer em San Francisco, iluminava a habitação. Toda a família dormia: Kali, a cadelinha, ao pé da cama, sobre a almofada, e Vanessa, sob o edredon, no centro da cama enorme. O apartamento de Vanessa surpreendia pela ternura que dele emanava. Estava situado no primeiro andar de uma casa estilo vitoriano de Green Street (imagem acima), e compunha-se de um salão com cozinha americana, um grande dormitório, um vestuário e um enorme banheiro com janela. O piso era de taboas de madeira largas, de cor queimada, exceto no banheiro, onde eram pintadas de branco, alternando com ladrilhos negros. As paredes, brancas, eram decoradas com desenhos antigos, comprados nas galerias de Union Street, e uma moldura incrustada, finamente cinzelada por mãos de um hábil ebanista do princípio do século, que Vanessa havia envernizado em tom caramelo, enfeitava o teto. Alguns tapetes de gorgulho debruados de juta Beis delimitavam os espaços do salão, o refeitório e a lareira. Em frente à lareira, um grande sofá forrado com algodão cru convidava à sentar-se. Os móveis escassos, dispersos, estavam dominados por lâmpadas com abajur plissados, que haviam sido adquiridos durante os 3 últimos anos.
A noite havia sido muito curta. O plantão de Vanessa, médica interna do Hospital Memorial de San Francisco, havia se prolongado muito mais do que as 24 horas habituais, devido à chegada, na última hora, de vítimas de um grande incêndio. As primeiras ambulâncias haviam chegado dez minutos antes do término do plantão e Vanessa havia começado a enviar os feridos às diferentes salas de tratamento, diante dos olhares desesperados de seus companheiros. Com precisão, auscultava em alguns minutos cada paciente, o identificava com uma etiqueta colorida conforme a gravidade de seu estado, redigia um diagnóstico preliminar, ordenava os primeiros exames e os enviava às macas, para a sala apropriada. A classificação das 16 pessoas que chegaram entre as doze e doze e um quarto da noite, terminou às doze e meia em ponto, e os cirurgiões, cuja presença haviam solicitado, puderam começar as primeiras cirurgias daquela noite infinda, às 0:45h . Vanessa assistira ao dr. Carlos em duas intervenções seguidas, e, não foi para casa até que recebeu ordem expressa do médico, que a convenceu de que o cansaço a faria não trabalhar a contento, com conseqüente perigo para a saúde de seus pacientes. Saiu em plena noite do estacionamento do hospital, dirigindo seu Triumph e se dirigiu para casa em alta velocidade pelas ruas desertas. “Estou muito cansada e dirijo em excessiva velocidade”, repetia-se várias vezes para lutar contra o sono,ainda que a idéia de voltar para cuidar dos casos urgentes de carro, e não a pé, fosse por si só suficiente para mantê-la desperta. Chegou à garage e estacionou o velho automóvel. Passando pelo corredor, subiu de 4 em 4 os degraus da escadaria principal e entrou em casa com uma sensação de alívio. Os ponteiros do relógio de pêndulo pendurado sobre a lareira marcavam duas e meia. Vanessa deixou cair sua roupa no chão, no meio da grande sala. Completamente nua, passou para o outro lado do balcão para preparar um chá. Os potes que adornavam a estante continham toda a espécie de ervas, como se a cada momento do dia, correspondesse um aroma. Deixou o copo no criado-mudo, deitou-se sob o edredon e dormiu imediatamente. O dia anterior havia sido muito longo, e o que se anunciava exigia que se levantasse logo. Aproveitado os dois dias de festa, que por uma vez coincidiam com o final de semana, havia aceitado um convite para ir a casa de uns amigos, em Carmel. E, apesar do cansaço acumulado, nada pudera fazê-la atrasar aquele despertar cedo.






Proximo capitulo só com comentários....:)
bjuss....até o proximo!

2 comentários:

Anônimo disse...

adoreii
postaa logoo

Larissa Carneiro disse...

Perfeito amore... Essa história é linda, e com adaptação zanessa vai ficar perfect!