E SE FOSSE VERDADE

Adaptada do livro de: Marc Levy

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Capitulo 4.- Coma profundo

Dr. Fernstein fechou a porta de seu consultório, tirou o telefone do gancho e o recolocou novamente. Deu uns passos em direção à janela e tornou a tirar o fone do gancho. Pediu para falar com a cirurgia. Em seguida ouviu-se uma voz do outro lado. —Sou Fernstein. Preparem-se. Vamos operar em dez minutos. Em seguida, enviou o informe. Desligou com cuidado e balançou a cabeça. Ao sair do escritório, deu de cara com o professor Williams. —Vamos tomar um café? Perguntou Williams. —Não. Não posso. —O que você vai fazer. —Uma estupidez, me disponho a fazer uma coisa estúpida. Logo o chamarei. Fernstein entrou na cirurgia com um uniforme verde amarrado na cintura. Um enfermeiro o esterilizou. A sala era enorme; uma equipe completa rodeava o corpo de Vanessa. Atrás de sua cabeça havia um monitor em cujo visor apareciam os sinais que mostravam o ritmo de sua respiração e seus batimentos cardíacos. —Como estão as funções vitais? Fernstein perguntou ao anestesista —Estáveis, 65 e 12/8. Está anestesiada. O sangue está normal. Pode começar. —Sim, ela está anestesiada, como você falou. O bisturi penetrou o músculo, cortando toda a região que ocupava a fratura. Enquanto começava a separar os músculos, Fernstein se dirigiu à equipe, chamando-a de “queridos colegas” e lhes explicou que iriam ver um professor de cirurgia, com vinte anos de carreira, realizar uma intervenção apropriada a um estudante do quinto ano: redução de fêmur. —E sabem por que a faço eu? Porque nenhum estudante do quinto ano aceitaria reduzir uma fratura no corpo de uma pessoa com morte cerebral havia mais de duas horas. De modo que pedia a todos que não fizessem perguntas e agradecia seu comparecimento.
Demorariam no máximo quinze minutos. Mas Vanessa era uma de suas alunas e todos os médicos presentes compreendiam o cirurgião e o aprovavam. Entrou um radiologista e pediu que lhe passassem chapas de escaner. Os negativos mostravam um hematoma na altura do lóbulo occipital. Decidiu-se a efetuar uma pulsão para liberar a compressão. Fez um orifício na parte posterior da cabeça; controlando a trajetória através de uma tela, o médico atravessou as meninges com uma agulha fina e a dirigiu até o lugar onde se encontrava o hematoma. O cérebro não parecia afetado. O fluxo sanguíneo correu pela sonda. A pressão intracraniana desceu quase no mesmo instante. O anestesista aumentou a quantidade de oxigênio enviado ao cérebro,
imediatamente, mediante a entubação das vias respiratórias. As células, libertas da pressão, recuperaram o metabolismo normal, eliminando, pouco a pouco, as toxinas acumuladas. A perspectiva da cirurgia, mudava a cada instante. Toda a equipe não parecia lembrar-se de que estavam operando um ser humano clinicamente morto. Cada um cumpria seu papel, e os movimentos foram se encadeando. Fizeram radiografias da parede posterior, consertaram as fraturas das costelas fizeram uma punção na pleura. A cirurgia foi precisa. Cinco horas mais tarde, o prof. Fernstein retirava as luvas. Pediu que fechassem os ferimentos e que depois transferissem a paciente para a sala de reanimação. Em seguida, ordenou, que após passado o efeito da anestesia, desconectassem todos os tubos de auxílio respiratório. Agradeceu novamente a sua equipe pela presença e pediu descrição. Antes de sair, pediu a Betty, uma das enfermeiras, que o avisassem quando retirassem o respirador de Vanessa. Saiu da sala de cirurgia em passos rápidos em direção aos elevadores. Passando pelo balcão, perguntou à recepcionista se o dr. Stern se encontrava dentro do hospital. A jovem disse que não e o médico afastou-se abatido, não sem antes agradecer e dizer-lhe que estaria em seu consultório caso alguém perguntas por ele. Depois da cirurgiaVanessa foi conduzida à sala de recuperação. Betty conectou o monitor cardíaco, o eletroencéfalo e o cano de entubação ao respirador artificial. Com tudo aquilo, a jovem parecia um cosmonauta. A enfermeira pegou uma amostra de sangue e saiu do aposento. A paciente dormia, serenamente, suas pálpebras pareciam mergulhadas nos contornos do universo de um sono sereno e profundo. Meia hora mais tarde, Betty telefonou para o prof. Fernstein e lhe comunicou que Vanessa encontrava-se sob os efeitos da anestesia. Ele perguntou como estavam seus sinais vitais. A enfermeira confirmou o que se esperava, que permaneciam estáveis, e, insistiu para que ele repetisse o que deveria fazer.—Desligue o respirador —disse o médico —Eu irei em seguida —acrescentou, antes de desligar. Betty entrou na sala e separou a sonda do tubo, deixando que a paciente tentasse respirar por si mesma. Instantes depois, retirou o tubo, liberando a traquéia. Tirou uma mecha de cabelo do rosto de Vanessa, olhou-a com ternura, e, saiu, apagando a luz. O aposento ficou banhado pela luz verde do aparelho de encefalografia, cujo traçado seguia como plano. Eram quase nove e meia da noite e tudo estava quieto. Ao cabo de uma hora, o sinal do osciloscópio começou a tremular, a princípio, muito levemente. Depois, o ponto que marcava o extremo da linha, elevou-se consideravelmente, para descer de forma vertiginosa e voltar à posição horizontal
Ninguém testemunho tal anomalia. O azar é assim. Betty entrou novamente no aposento uma hora mais tarde. Tomou a temperatura, pressão de Vanessa, desenrolou alguns cm da tira de papel que saía da máquina, viu a ponta
anormal, franziu o cenho revisando mais alguns centímetros. Ao constatar que permanecia fazendo uma linha reta, retirou o papel, sem dar-lhe maior atenção. Pegou o telefone do corredor e chamou Franstein. —Sou eu. Temos um coma profundo com constantes estáveis. O que faço? —Procure um leito no quinto andar. Grato, Betty. Fernstein desligou.








Espero que gostem...isso se tiver alguem lendo neh?!...:/
comentem please....ateh mas...

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